Destruição de patrimônio histórico preocupa

O procurador de Justiça João Eduardo Cortez recebeu, ontem, em seu gabinete, na Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), representantes da população de Baturité que procuraram o Ministério Público para denunciar um caso de desrespeito ao patrimônio histórico da cidade. Eles reclamam da destruição de um conjunto histórico que ficava localizado na Praça Santa Luzia, no Centro, e foi destruído pela Prefeitura de Baturité para dar lugar a uma nova praça com influências japonesas, inaugurada em 2012.

Durante a reunião, foram registrados os depoimentos do professor Roberto César Marques Lucena e da médica e historiadora Ana Margarida Furtado Arruda. Segundo eles, uma obra iniciada pelo Executivo municipal há cerca de dois anos destruiu complemente o obelisco e uma urna metálica de grande valor histórico que ficavam na Praça Santa Luzia.

Os equipamentos haviam sido inaugurados em 1959 por ocasião das festividades de comemoração do centenário do Município. Dentro da urna havia alguns documentos e também cartas feitas por crianças de Baturité que escreveram sobre o que desejavam para o Município nos próximos 100 anos. “Eu participei disso e acho um absurdo o que foi feito pela Prefeitura. É preciso preservar o  nosso patrimônio. Um povo sem passado é um povo sem futuro”, disse Roberto Lucena.

Descontentamento

Eles relataram que a demolição causou enorme descontentamento por parte dos moradores e fez surgir uma mobilização social que culminou com a produção de um abaixo-assinado. “O que fizeram foi um crime contra o patrimônio histórico. A população está indignada e isso foi expressado principalmente através de várias manifestações pela internet”, contou Ana Margarida. Segundo ela, a proposta do abaixo-assinado é lutar pela restauração da estrutura demolida e da Praça Santa Luzia.

O procurador de Justiça Eduardo Cortez informou que, após a coleta dos depoimentos ocorrida ontem, serão tomadas as medidas cabíveis. “A sociedade precisa saber que o Ministério Público existe para fazer a defesa dela”, proferiu. Ele ressalta ainda que o MP tem base legal para atuar em questões como essa, segundo consta na Lei Orgânica do Ministério Público.


SHARE
    Blogger Comentarios
    Facebook Comentarios

0 comentários:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial