Acarape apresenta a menor expectativa de vida do Estado

Apesar de ter apresentado acentuada queda nos índices de mortalidade infantil ao longo das últimas duas décadas, o Ceará ainda possui alta taxa de mortes entre recém-nascidos vivos com até um ano de idade, de acordo com dados da pesquisa “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013”. Segundo o levantamento, apenas quatro Municípios cearenses - Sobral, Fortaleza, Barbalha e Crato - possuíram índice de mortalidade infantil inferior à média brasileira, de 16,7 a cada mil, em 2010.

Entre os casos mais graves, o que possui maior taxa de mortalidade é Acarape, na serra de Baturité. No Município, chega a 34,4 a cada mil o número de recém-nascidos vivos que não chegam a completar um ano de idade. Além disso, Acarape também figura como Município com a menor expectativa de vida do Estado, de 67,56, e a menor probabilidade de se chegar aos 40 anos, de apenas 92%.

Segundo Alexandra da Hora, chefe do Gabinete do Prefeito de Acarape, o Município já vem aplicando grande volume de investimentos no sentido de reverter os índices. Segundo ela, apenas no último ano, foi expandido de zero para cinco o número de equipes do Programa Saúde da Família na região, que incluiria todo acompanhamento pré-natal para mães da localidade.

Além disso, a administração de Acarape ainda estaria buscando junto ao Governo do Estado a instalação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e de um Hospital na região.

Entre os moradores, muitos reclamam da ausência de hospitais e maternidades no Município. “Para ter bebês aqui, todo mundo viaja para Redenção. Depois, se tem algum problema, dificilmente você vai encontrar solução por aqui”, afirma a dona de casa Keuliane Maciel, 23.

Cidadãos de Acarape também atribuem a dificuldade do Município em superar índices de expectativa de vida na região aos índices da segurança na região. “Praticamente todo mundo tem alguma história de violência com alguém da família ou algum conhecido. Isso e a invasão das drogas que está havendo no interior prejudicam muito a qualidade de vida daqui. A gente acaba tendo medo de ter filhos, pra ver eles vítimas disso”, afirma o carroceiro Ageu Maciel, 19.

Apesar da ainda alta taxa de vulnerabilidade de crianças do Ceará, o Estado vem se destacando na redução da mortalidade infantil ao longo das últimas décadas. Em 1991, o número de recém-nascidos vivos que não chegavam a completar um ano de idade superava 63 a cada mil. Hoje, o mesmo índice é de 19 a cada mil.
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